A Mãe da Mãe da Sua Mãe e Suas Filhas

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Descrição

Estas narrativas de vida, escritas em tom bem humorado e coloquial, seguem um encadeado de geração de mulheres que acompanharam momentos do povoamento inicial do litoral na colônia até a construção de Brasília. A autora persegue com imaginação e sutileza os meandros dramáticos de ciclos vitais de mulheres que emergem de conjunturas históricas específicas sem nenhuma sombra preconceituosa de estereótipos femininos, dotadas cada uma a seu modo de personalidades fortes. Os episódios seguem a vida da mãe das mães e por vezes a trama de relações mãe-filha-avó, sucedendo-se vidas incrustadas na caça a escravos índios, no canibalismo dos tupis, na vida de mineradores, mascates e traficantes de escravos. Com arguta sensibilidade histórica, a autora explora as maneiras diferentes de ser mulher e de amar através dos tempos. Sahy foi levada de Cabo Frio a uma fazenda no litoral da Bahia. Sua filha Maria Cafuza viveu como escrava num engenho em Pernambuco. Maria Taiaôba sobreviveu como senhora de engenho à guerra contra os holandeses. Três gerações de mulheres pernambucanas acabaram se refugiando em Salvador. A neta de Maria Taiaôba, Guilhermina, parte com o marido para o sertão e se instala no caminho do gado entre Espírito Santo e Minas, onde fundam o arraial da Capela. De cabelos ruivos, por causa de um pai holandês, bonita como Maria Cafuza, Guilhermina cuida de um rancho à beira do caminho para as minas e acaba grande proprietária de gado. Seu marido, nas horas vagas, era um fazedor de santos e imagens que permanecem através das gerações como elo entre as suas descendentes. Jacira, uma sua bisneta, fundadora de um arraial em Goiás, reencontra um dia as pequenas imagens de pedra-sabão vendidas por um tropeiro de passagem por sua fazenda Jatobá. Dois séculos mais tarde, em 1968, uma jovem destinada a morrer como terrorista na repressão da ditadura militar visita as ruínas do arraial e, na capela, encontra as imagens feitas no século XVII por um tetravô esquecido. Um pequeno porta-jóias passa de geração em geração como a marcar o encadeado de vida de mulheres que viveram intensamente a historicidade de suas emoções, a violência dos costumes, hábitos de namorar e fazer amor e possibilidades de expressar individualidades marcantes, tal como foram mudando através dos tempos.

AutorAutorEditoraEdiçãoAnoPáginasIdiomaISBN-10ISBN-13Condição
Maria José SilveiraEditora Globo2002368Português85250351659788525035165Usado

Livro em muito bom estado de conservação, sem rasuras, marcações, assinaturas ou dedicatórias.

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