Descrição
Indicado diversas vezes para o Prêmio Nobel, Ismail Kadaré é hoje o mais
conhecido e respeitado autor albanês. Em A PONTE DOS TRÊS ARCOS, livro
escrito em 1977, mas cuja publicação foi então proibida em seu país, ele
constrói, em prosa precisa e esmerada, uma parábola política que nos
mostra a Europa medieval, num período em que ocorria a disseminação de
uma moeda internacional, formavam-se grandes conglomerados financeiros,
as massas eram manipuladas e os conflitos crescentes. Em torno da
construção de uma ponte _ a ponte do Ouyane maldito _ Kadaré funda esta
narrativa fascinante que tão bem ilustra a história da inimizade
cultural nos Balcãs. O ano é 1377 e o narrador, o monge albanês Gjon,
que observa as nuvens carregadas que ameaçam desabar sobre a Península
Balcânica. Cético e reflexivo, com peculiar senso de humor, Gjon
consegue lidar com todos os segmentos da sua comunidade, servindo de
tradutor para as autoridades locais. Ele se propõe a testemunhar toda a
história da construção da ponte para que cessem os boatos infundados
sobre sua criação: dos espasmos de um epilético às margens do rio Ujana,
interpretados como sinal da vontade divina para a construção da ponte,
até as diversas sabotagens que atravancam o processo e culminam com o
sacrifício humano para que a edificação possa ser concluída