Descrição
Esse livro apresenta o primeiro encontro entre o alemão Jürgen Habermas e o francês Jacques Derrida, dois dos mais importantes e polêmicos filósofos em atividade, que representam posições filosóficas e políticas divergentes.
Ao serem questionados, logo após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, sobre a contribuição que a filosofia tem a dar tanto ao entendimento dessa forma de terrorismo quanto à reação unilateral por parte dos Estados Unidos, surpreendentemente ambos se mostram de acordo a respeito do que fazer para impedir a polarização entre o bem e o mal: apelam para o retorno dos ideais iluministas de participação e cidadania, agora no plano mundial.
Nos diálogos, Habermas é denso, econômico, elegante, promovendo a tolerância, enquanto Derrida segue os meandros instigantes na desconstrução da idéia de terrorismo global, promovendo a hospitalidade. Cada diálogo é acompanhado por um ensaio crítico de Giovanna Borradori, traçando o contexto filosófico e intelectual em que as ideias apresentadas ganham significado pleno.
“Sem dúvida a incerteza do perigo pertence à essência do terrorismo. Mas os cenários de guerra biológica ou química pintados em detalhe pela mídia norte-americana durante os meses que se sucederam ao dia 11 de setembro, as especulações sobre os vários tipos de terrorismo nuclear, tudo isso apenas trai a incapacidade que o governo tem de pelo menos determinar a magnitude do perigo.”
Jürgen Habermas
“Mais do que a destruição das Torres Gêmeas ou o ataque ao Pentágono, mais do que a matança de milhares de pessoas, o ‘terror’ real consistiu na imagem do terror pelo alvo em si. O alvo (os Estados Unidos…) teve como interesse próprio expor sua vulnerabilidade, dar a maior cobertura possível à agressão da qual desejava se proteger.”
Jacques Derrida