Descrição
A tese de doutoramento sobre a economia colonial, defendida na Sorbonne em 1948, e o primeiro ensaio sobre a economia brasileira contemporânea, escrito no ano seguinte, são o ponto de partida do livro mais conhecido de Celso Furtado, publicado em 1959: Formação econômica do Brasil. QUando o escreveu, na Inglaterra, Furtado imaginava explicar o Brasil para os estrangeiros. ACabou explicando para os brasileiros. FOrmação econômica do Brasil chega, neste lançamento da Companhia das Letras, à 34a. Edição, e está traduzido em nove línguas, entre elas romeno, chinês e japonês. O Livro que se tornou um marco na historiografia econômica brasileira por pouco não existiria: o manuscrito enviado de Cambridge para a editora brasileira extraviou-se. POr sorte, o microfilme feito de última hora num equipamento precário pôde ser projetado: as quase trezentas páginas escritas à mão foram datilografadas, dessa vez com cópia. Formação econômica do Brasil apóia-se numa visão derivada tanto da história como da economia. A Combinação do método histórico com a análise econômica era, na época, uma novidade. PEla primeira vez, alguém no Brasil fazia historiografia econômica tendo uma sólida formação de economista. O Texto se inicia com a análise da ocupação do território brasileiro, comparada também com as colônias do hemisfério norte e das Antilhas. SEguem-se os ciclos do açúcar, da pecuária, do ouro, a ascensão da economia cafeeira, e, no século XX, a crise da cafeicultura e a industrialização, cuja especificidade o autor trata com excepcional clareza. EM paralelo aos cinco séculos de história econômica, Celso Furtado estuda a evolução da mão-de-obra no Brasil, desde a escravidão até o trabalho assalariado, o dos imigrantes europeus e dos migrantes internos. NA conclusão, aponta os dois desafios a serem enfrentados até o fim do século XX, que guardam plena atualidade: completar a industrialização do país e deter o processo das disparidades regionais.