Descrição
“Deve-se escrever da mesma maneira com as lavanderias lá de Alagoas
fazem em seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a
roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no
novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma duas
vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando água com a
mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e
mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de
feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no
varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma
coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como falso; a
palavra foi feita para dizer”.