Descrição
A manhã começou clara e ensolarada. Mas nuvens pesadas chegaram durante a tarde e o céu ficou escuro e turvo. Bem o tipo de clima que os fantasmas adoram. Depois de algum tempo, todos conseguiram ver o imenso carvalho negro, sozinho no meio de uma clareira. De um dos lados, erguia-se um galho como um enorme braço retorcido, subindo até o céu. Entre os ramos e o tronco mal dava para perceber um pedaço irregular de parede e o que restou de uma plataforma. Mas ela estava lá. A casa da árvore. Ainda bem que o pai de Caio e Sílvio tinha decidido construir a piscina e precisado derrubar algumas árvores em volta do terreno. Caio sempre foi doido para conhecer um fantasma de verdade. Achava injusto não ter visto nenhum até aquele momento. Outras crianças da região viram pelo menos uma coisa medonha na vida. Mas ele, não. Mesmo morando na Rua do Medo, o lugar mais apavorante do mundo, a vida corria de maneira aborrecida, comum, sem sustos.