Descrição
Esta obra foi organizada pelo próprio Borges e publicada pela primeira
vez em 1968. A coletânea reúne ensaios, poemas e prosa de ficção que o
autor vinha publicando desde os anos 1930, entre os quais alguns de seus
trabalhos mais célebres, como os contos “A Intrusa” e “Tlön, Uqbar,
Orbis Tertius” e os poemas “Everness” e “Junin”. Traz também um conjunto
de textos sobre literatura que atesta o brilhantismo de Borges como
leitor e crítico literário. Em sua vasta atividade crítica, a
organização de inúmeras antologias teve papel decisivo. Por meio delas,
com os achados e a seleção de sua alta inteligência, fecundou seu
ambiente literário, abrindo-o para traduções inéditas. Suscitou o
diálogo com textos raros, desconhecidos ou reinventados; renovou o
repertório dos autores considerados clássicos. Como antologista da
própria obra, Borges não foi menos rigoroso. Tinha autocrítica severa
com relação aos poemas da primeira juventude e vivia a reescrever os
próprios textos. Esse trabalho pode ser visto na Antologia pessoal,
originalmente de 1961, publicada pela Companhia das Letras na coleção
Biblioteca Borges em 2008, e agora na Nova antologia pessoal. Mais
generosa que a primeira, a Nova antologia traz um volume maior de textos
e assuntos. A perplexidade metafísica, a memória dos mortos que se
perpetua nos poemas, as imagens cifradas de uma língua pretérita, a
linguagem, a pátria, o destino paradoxal dos poetas – esses e vários
outros temas são nela recorrentes. A exemplo da anterior, esta antologia
forma um caleidoscópio, em que pedacinhos de vidro recombináveis
fantasiam as múltiplas faces da totalidade. Como afirma o professor Davi
Arrigucci Jr., integrante da comissão editorial da Biblioteca Borges:
“Os textos em prosa e verso aqui reunidos podem ser fragmentos de
espelhos onde se repetem os passos do autor cujo rosto desejamos
reconhecer”.