Descrição
Por volta do ano 57 de nossa era, Paulo escrevia: “A Lei, portanto, é para nós como um pedagogo que nos conduziu a Cristo. Chegada a fé, já não estamos sob os cuidados de um pedagogo (= a Lei)” (Gl 3, 24-25). Uns trinta anos depois, Mateus animava-se a contradizê-lo: “Antes que o céu e a terra deixem de existir, nem sequer uma letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça. Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu” (Mt 5, 18-19).
Qual dessas duas tendências prevaleceu: a de Paulo, libertadora a respeito da lei e do pecado, ou a de Matesu, criador de uma moral na qual culminaria a Lei? E onde se localiza o próprio Jesus, nessa polêmica? Podemos chegar a captar sua posição em tema tão decisisvo?
O autor deste livro procura remontar-se, na resposta a essas perguntas, até as fontes mais próximas de Jesus de Nazaré. O centramento teológico, antropológico, moral e missionário que realiza, depois de situar corretamente as perspectivas de Paulo e de Mateus, é de suma importância para situar-nos corretamante na “diferença cristã”, tanto no interior da experiência cristã pessoal e eclesial como no nível da contribuição que a partir dai podemos oferecer ao mundo e à cultura atuais..