Descrição
“A vida movida a spray: driblar os gambés, escalar os muros mais altos e, com tinta e adrenalina, assinar a cidade. A marca espalhada por vastos espaços. Nesse pique corre o dia de Toninho, jovem pichador de uma das comunidades mais pobres de São Paulo. Na companhia de Gera e Beó, seus parceiros no picho, vai experimentando essas rápidas alegrias em meio a um cotidiano de muita violência e privação. Passagem pela polícia, perda de emprego, morte de amigos próximos… Tudo isso Toninho há de sofrer nas páginas que se seguem. Acontecimentos traumáticos que, no entanto, despertarão nele a consciência de um destino ligado ao de sua comunidade, a gente negra e pobre da periferia. Para tanto vai ser fundamental seu encontro com a galera do hip hop: grafiteiros, rappers, o pessoal do núcleo Orumilá (de que sua mãe participa), as lições de Helião, líder local, e de Aline, monitora de jovens por quem Toninho se apaixona. Com a ajuda desses amigos, nosso herói deixará o picho pelo grafite, identificando na arte um poderoso instrumento para a denúncia da injustiça. Isso, é claro, desde que ela não se limite ao mero desabafo, mas revele também uma visão consistente dos problemas sociais e uma vontade clara de mudar a realidade. Deixar a marca e soltar a voz, sim, como fazem os rappers periferia afora, mas com ideias e propostas, para que o grito não se perca em meio à balbúrdia geral.”–Page [3].