Descrição
Os romances que têm o Egito como cenário quase sempre voltam os
holofotes para os faraós e personagens históricos. Reis, nobres, grandes
guerreiros, deuses são retratados em sua magnitude, enquanto a base da
pirâmide egípcia, apesar de cheia de curiosidades e histórias
interessantes – que contam muito das características sociais, culturais,
políticas e econômicas do Antigo Egito –, é pouco registrada na
literatura. O espanhol Antonio Cabanas, que une desde pequeno o amor
pela aviação (e conseqüentemente por viagens) à paixão pela cultura
egípcia, preferiu lançar um olhar sobre a vida dos habitantes de baixa
condição social e do dia-a-dia da cidade de Mênfis e de outras banhadas
pelo Nilo. “O leitor está acostumado aos relatos sobre os faraós que
governaram essa terra ou os notáveis que viveram nela; no entanto, muito
poucas vezes temos oportunidade de conhecer como era a vida das pessoas
simples, ou das classes mais baixas”, explica. O ladrão de tumbas é a
história de Shepsunaré, filho e neto de ladrões, e a de seu filho
Nemenhat, que arrastaram suas vidas errantes pelos caminhos de um Egito
em que a miséria e o instinto de sobrevivência os levaram a praticar o
pior crime a ser cometido naquela terra, o saque de tumbas.