Descrição
O século XX “poderia ter sido o século da Alemanha”, segundo o filósofo
judeu francês Raymond Aron. Em 1900, o país era a maior potência
européia e sua índole militarista estava contida por um grande
florescimento cultural e uma produção científica admirável. No entanto, o
advento do nazismo na década de 1930 e, a seguir, o Holocausto cobriram
de sombra a história do país. Em O mundo alemão de Einstein , Fritz
Stern compõe retratos de cientistas, industriais e políticos judeus
alemães para examinar essa vocação irrealizada da Alemanha, as relações
dos intelectuais com o regime de Hitler, a situação política alemã sob
os nazistas e a recuperação do país desde a Segunda Guerra até a queda
do Muro de Berlim, em 1989. O capítulo central do livro reconstrói a
complexa amizade travada entre o físico Albert Einstein e o químico
Fritz Haber, contrastando o modo como cada um encarava a sua condição de
judeu na Alemanha. Haber, convertido ao cristianismo, ganhou o Prêmio
Nobel pelo processo de fixação de nitrogênio na atmosfera. Outros
ensaios, apoiados em fontes inéditas, delineiam carreiras tumultuadas e
contraditórias: a do patriota Max Planck, fundador da física quântica; a
de Paul Ehrlich, criador da quimioterapia; a de Walther Rathenau,
estadista e industrial, assassinado por suas posições políticas
heterodoxas; e a do químico Chaim Weizmann, primeiro presidente de
Israel. Stern examina também as abordagens dos historiadores sobre a
Primeira Guerra, as interpretações conflitantes sobre o nazismo, a
reunificação alemã em 1990, a reconciliação entre Alemanha e Polônia e
os desafios atuais do país. Entretecendo fatos históricos e biografia
pessoal, os ensaios iluminam pontos obscuros da história de um país que,
não fosse a catástrofe nazista, poderia ter legado ao século XX uma
contribuição ainda mais brilhante na ciência, na política e no
pensamento.