Descrição
Os juros fazem parte da vida de todos – aparecem tanto nas discussões sobre o crescimento econômico da nação como em aspectos miúdos do dia-a-dia. O Princípio econômico é simples: o devedor antecipa um benefício para desfrute imediato e se compromete a pagar por isso mais tarde, e quem empresta cede algo de que dispõe agora e espera receber um montante superior no final da transação. EM O valor do amanhã, Eduardo Giannetti defende que este aspecto dos juros é apenas parte de um fenômeno natural maior, tão comum quanto a força da gravidade e a fotossíntese. A questão dos juros “não se restringe ao mundo das finanças, [mas atinge] as mais diversas e surpreendentes esferas da vida prática, social e espiritual, a começar pelo processo de envelhecimento a que nossos corpos estão inescapavelmente sujeitos”, diz Giannetti. DEsde o momento em que aprendeu a planejar sua vida, o homem antecipa e projeta seus desígnios usando esta prática. MEsmo antes disso, a noção de juros já “está inscrita no metabolismo dos seres vivos e permeia boa parte do seu repertório comportamental”. A Prática de dieta, a dedicação aos estudos e os exercícios físicos para melhorar a saúde são situações da vida prática nas quais se manifesta a realidade dos juros. É desta maneira original que Giannetti analisa o tema. AO extrapolar os limites financeiros do fenômeno, o autor mostra que questões concretas – como a alta taxa de juros no Brasil – têm raízes comportamentais e institucionais ligadas à formação de nossa sociedade. O Autor ainda discute os problemas éticos da prática de juros extremamente elevados. APesar de não se propor a “oferecer receitas ou saídas”, o trabalho de Giannetti “reflete as experiências, preocupações e esperanças de um cidadão brasileiro enfronhado nas realidades e aspirações do seu país”.